Remetente

Mais do que uma partilha, amizade é acima de tudo sinônimo de aprendizado. No curso do tempo acabam transpondo um infinito de cores, sons e momentos nunca antes previstos que crescem com a mesma intensidade do sentimento que aos poucos se faz florescer para ambas as partes, e de uma forma tão sutil que quando nos damos conta, o coração já se responsabilizou em estabelecer uma consangüinidade entre pontos e contornos que aos poucos se entrelaçam e desfiam a união de dois corpos que juntos, nos acordes de um só paralelo descobrem afinidades humanas em meio a tons disformes e afinações descompassadas. E o descontrole vira controle remoto da diversão, permitindo assim o equilíbrio entre os extremos de um e outro através das diferenças, das incertezas que aumentam a nossa sede contínua do exagero e nos aproximam cada dia mais. E quem diria que hoje seríamos assim tão intimas, tão donas de nós mesmas dentro de uma simbiose múltipla e inconstante. E eu venho aprendendo que de vez em quando é preciso confiar nos outros pra depois confiar em nós mesmos. Porque às vezes tudo o que falta é o empurrão. O impulso de um sorriso ou de um ombro amigo que faz você buscar forças lá nas suas próprias fraquezas. O aconchego de um abraço nos dias frios que lhe servem como alicerce e recolhem a lágrima antes que essa salte dos olhos e escapem pelas bordas. O pedacinho de sonho que a gente cuida junto e confia pro mundo pra se realizar. Porque amigos não têm espaço, tempo ou memória, são feitos apenas de saudade e recordações, compartilhando juntos os mesmos segredos e consequentemente, a mesma história.

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