borrões, borrachas

Eu quis tanto voltar. Quis tanto devolver as palavras que ficaram suspensas no silêncio entre nós. Quis tanto amenizar esses arranhões que te riscam o peito e dizer que a tua confusão também era minha (...) Mas o silêncio virou ausência, o cansaço virou preguiça e o momento ficou querendo ser circunstância ... É que deu tudo errado quando a gente fez a coisa certa, entende? E nós fomos covardes demais, amor. Nós usamos a dor como reboque. Nós nos conformamos com a relutância dos desistentes. E agora, agora é preciso arcar com as consequências dos nossos atos. Porque eu fui tua de mentira. E talvez eu estivesse pensando mais em mim do que em você, porque ser egoísta também é uma forma (meio torta) da gente gostar um pouquinho de si mesmo, não é? E você me deu tantas coordenadas, desconstruiu meus heroísmos bobos, me fez menos menina, transformou em sorriso aquilo que um dia já foi lágrima. E eu não soube agradecer, não soube me desculpar. Só queria que soubesse que eu não fui uma escolha e que você também não foi uma ironia.

Que os acasos nos permitam mais alguns reencontros pra gente se redimir do pecado que é sermos felizes juntos.

Um comentário:

  1. Você escreve maravilhosamente bem.
    Lindas palavras...






    gelcijunior@yahoo.com.br

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