Impar sem par

(...) e de repente a vida anda com cara de música que dá vontade de dançar (...)
Já que é assim, eu confesso: Eu sei que eu errei.
E o erro foi esse mesmo: saber. Mesmo sabendo que não deveria.
E entre tudo mesmo perdendo significado, eles não deixaram de ser insignificantes. Já não servem mais como cicatrizes ou troféus. Nossos erros foram as nossas melhores mentiras.
Sempre existirão mil formas de fazer você voltar atrás. Encare a minha ‘indiferença’ como remissão. Bom senso, se quiser.
Se não fosse ridículo eu diria que chega a ser engraçado. Durante muito tempo eu fui a culpada e você a desculpa. Agora você aparece como o perdão e eu continuo sendo a errada. A que faz as coisas certas das maneiras inadequadas, não é?
É só que eu já não preciso mais de motivos. Chega um dia em que a bolha estoura PROPOSITALMENTE e a questão não vai ser tomar decisões e sim o modo como você vai encará-las a partir de agora. O impacto só é maior da segunda vez. Você volta mais ferida, e mesmo por isso, mais forte. Negar certas lembranças nunca serviu de amortecedor pra gente ficar debruçado no passado. Às vezes, os espinhos são os únicos que fomentam essa sede do tudo. E o nosso muito vira pouco. Excesso de profilaxia que faz escândalo por ser tão discreta. No preto e no branco. Entretanto.
A verdade é que a gente nunca sabe onde essas coisas realmente vão acabar. Até onde força e medo se misturam, até onde antídoto não é também o veneno. E a coragem surge assim, ao acaso, adubada com essa incerteza; e isso de não se despedir definitivamente, aumenta a sensação de estar constantemente de malas prontas esperando a próxima vez de partir (...) Talvez o que eu sinta, seja apenas saudade. Porque amor nunca é demais quando é pra gente. Consinta que o mundo nos espere, já tivemos perdas demais e você sabe disso. Deixa o relógio marcar o tempo sem que você precise ficar contando as horas. Permita-se. Porque no final, vencedor e perdedor são ambos os lados. Isso anula o jogo. E eu me redescubro forte. Mais uma vez.

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