lágrimas de aquarela

Sabe o que é mais engraçado na rotina do destino? A ironia.
Eu até poderia ter me arrependido se tivesse ganhado um pouco mais de tempo. Mas, eu cansei de ser a propaganda das minhas próprias promessas. E o meu silêncio é ausência que eu não quero mais escutar. Não me leve a mal. Vou continuar brincando de ser dona do meu nariz e quem sabe dessa vez, talvez eu me lembre de criar asas (...)

vice e versa

Tudo começa com o que não foi dito, o que ficou subtendido. Inconsciente. É debaixo de um sorriso que se esconde a insanidade. Me disseram pra esperar, confiar no destino. Mas eu não posso. Isso seria compactuar com a minha ansiedade. Arriscado demais. E eu admito, não sei fingir. Não sei o momento exato de dizer, de estar, de sentir. De parar. É impulso, improviso. Cauculado e desimpedido. E Ilusões provisórias acabam machucando mais do que planos inacabados. E eu admito mais uma vez: não sei fingir. Preciso de um ponto de fuga. Quinze minutos de pura eternidade.

entrelinhas

(...)

E eu, que sempre gostei de re-começar, não sei mais como dar o primeiro passo. Porque toda vez que eu tento avançar e me aproximar mais um pouco, é como se alguma coisa me rebobinasse pro fim. De novo. Entende?

reticências

O meu relógio tá com arritmia, enquanto o meu coração já quase não se faz sentir quando pulsa. E eu vivo assim, pelos cantos, com os fones no ouvido... E quando anoitece, eu aumento um pouco mais o volume pra não ouvir essa ausência que tanto me ensurdece. E acendo todas as luzes da casa, pra ver se quem sabe, isso faz com que as coisas se tornem um pouco mais claras toda vez que o silêncio tentar fingir que não temos mais tanto assim pra dizer.