2011 ?

2011 pra mim foi um ano que talvez tenha começado meio que de trás pra frente. Despretensiosamente eu fui sujeitada a me moldar às suas circunstâncias e possibilidades que me pareciam inofensivas até agora. Mas a verdade é que eu não estou tão imune quanto aparento. Porque apesar de tudo eu sempre temi esse arremate das coisas mais perecíveis, entende? E afinal esse foi um ano de despedidas, não é mesmo? Um ano que desde o começo esteve em processo de liquidação. E eu não sabia se torcia para que o tempo se esticasse ou se desdobrasse em conta-gotas, mas apesar de toda a minha im-paciência acabou passando num piscar de olhos desapressado. E agora no fim é preciso por à prova a fatalidade dos detalhes. Agora à beira da renuncia é preciso resguardar alguns matizes de verde para que neste ano que floresce eu não perca essa alegria despreocupada que domina o desespero dissimulado que eu oculto no peito. Agora é preciso pontuar as minhas decisões. É chegada a hora da minha baliza: hora de calibrar o relógio pra um tempo novo.