pra não dizer que eu não disse

Me atenho a todas essas coisas ínfimas pra não ceder à extensão dos meus limites. Porque de repente eu não consegui voltar pelo mesmo caminho da ida. De repente eu precisei trocar o meu radar por areia movediça porque os escudos começaram a me deixar mais exposta pra isso tudo, entende? E tudo se encerra aqui com esses términos que na verdade não rematam nada.
Conspira universo, conspira...

um pouco de tudo

Melhor renunciar provisoriamente (...) É que às vezes eu confundo certas gotas com mar e não encontro ancoradouro pros meus naufrágios. Você diz “tanto faz” e eu entendo “tudo- ou-nada”. Então me dou ao luxo de afundar até o lodo do sentimento. Porque nós quebramos todas as regras, meu bem. Eu vi você gangorrando com a vida e quis brincar, mas eu não sei jogar o teu jogo e é o brinquedo que brinca comigo. E eu me equilibro desajeitadamente sobre a linha tênue que separa a vaidade da inconsequência (...) É que a gente se conheceu no enredo errado, entende? E a nossa história se encerra em si. Se desmancha em linhas assim como aquelas malhas que por causa de um único fio solto se desfazem toda. E por isso escrevo. Porque o nó é o nosso ponto fraco. E agora as duas partes da verdade se sobrepõem. E eu me entrego à dualidade dos fatos e me pergunto como é que cabem dois momentos no mesmo instante?
Nós quebramos todas as regras (...)
É que eu pensei que amar era também armar-se, entende?

pormenores

(...)

Estico as mangas da blusa até as pontas dos dedos, fecho as janelas, pego outra xícara de café e me encolho mais um pouco dentro do cobertor... E me encubro com mais alguns sentimentos genéricos, algumas emoções baratas, umas opiniões incertas e uns farelos de ilusão ou ousadia... É pra ver se eu me aqueço nesse inverno e espanto esse frio que também se estende pro peito e esmorece tudo, me fazendo às vezes ir chorar escondida no banheiro só pra eu não esquecer de como é ser triste de vez em quando (...)