outros quaisquer

Fui deitar tarde, com os pensamentos ainda perdidos nessa maré de ondas imprecisas que se arrebentam ora grosseiras, ora estranhamente ariscas aqui dentro. E não sei se foi o sono, a infâmia da noite ou até mesmo insanidade, mas é que de repente bateu uma insegurança, sabe. Um medo de.. sei lá, apagar a luz e ver os meus fantasmas ali fazendo sentinela pras minhas esquisitices... É que agora eu também ando cheia de desculpas para não correr o risco de naufragar em certas respostas. E tudo é uma fuga, inclusive os meus apelos destrambelhados e induzidos de pavoneamento. E eu nessa, de devorar a vida com cuidado e viver como se estivesse sendo constantemente vigiada; me agarrando nessas âncoras vulneráveis para distrair a minha ansiedade compulsiva e fazer dessas impossibilidades um novo motivo de espera para poder habitar o submundo que eu carrego debaixo do peito. E é engraçado a forma como tudo isso reflete para mim e em mim. E o problema não é nem O QUE acontece, mas COMO acontece. Porque agora tudo isso volta, se acomoda e aos poucos, mesmo sem muito o que lembrar, vai preenchendo cada brechinha que a gente encontra para poder fazer de tudo um pouquinho mais. E eu me esforço para que a raiva não vire repulsa e a ilusão não se transforme nessa quase preguiça de vida que me bate de vez em sempre... É só que sei lá, a piada anda perdendo a graça. E eu palhaça aqui, tentando domar um coração contorcionista que já nem cabe mais em mim (..)