debaixo das pálpebras

Talvez, seja mesmo uma questão de tempo. Como se eu pudesse fechar os meus olhos e deixar certas coisas no passado apenas conjugando verbos em um presente distante. E eu preciso admitir que às vezes, as coisas se tornam mais fáceis dessa maneira. Porque o lado bom de tudo isso foi justamente ter saído em desvantagem. Essas coisas sempre são obvias demais pra gente perder tempo com coincidências. E sinceramente? Eu cansei de ter que merecer primeiro pra depois poder gostar de alguém. Desculpa te decepcionar.

quarta-feira

A racionalidade nunca foi o meu forte. Eu sempre fui um tipo de pessoa que precisa se camuflar pra poder aparecer e ser racional pra mim sempre significou agir com o coração. E agora, pareço engraçada tentando encontrar as palavras certas pra tentar me desculpar por todas as coisas erradas que tenho feito. Porque quanto mais o círculo se fecha, mais espaço eu ganho, entende? E eu levei muito tempo pra aceitar as coisas como elas realmente são. Foi preciso que eu aprendesse a me doar de um jeito diferente. Porque às vezes é preciso parar pra correr contra o tempo. E eu precisava disso, precisava mudar pra continuar sendo eu mesma, entende?

consoantes

O papel sempre foi o meu espelho. Meu disfarce pra eu ser um pouquinho mais de verdade, entende? Eu improviso palavras como quem inventa desculpas. E ensaio rimas a procura de rumos. Às vezes, é como se a minha vida fosse uma espécie de livro pautado no qual eu não consigo escrever sobre as linhas, entende? E a minha história parece ter virado uma história de reticências. Uma história de pontas soltas a amarrar (...)