fosforescências

Essa história começa com um ponto final. O tempo tem o instante da aurora. A impermanência do ser. A fugacidade do estar. 

(...)

Essa história é sobre tudo o que não restou. Meu silêncio já não cabe no verbo e sou toda reticências: incontínua. 
Eu sou todo breve pulsar que me devora. 
E esta é a mecânica do caos. 

floreios


Deixa o que se partiu nas quebradas da vida, meu bem. E vem. Vem porque eu te espero...

Vamos dançar nos contornos do mundo, destruir nossos muros pro que ainda há de vir. Vamos colorir os silêncios, florescer mais uns sonhos e inventar mais desculpas pra gente ser feliz.
(..)

Vem cambalear nas esquinas, cuidar da minha sina, enfeitar a minha solidão. Vamos chatear os sóbrios com nossos desatinos e zombar dos destinos que insistem em esconder aquilo que estamos procurando.  
Vem porque tudo pede urgência quando teus olhos me alcançam. Vem ligeiro. Vem inteiro. Vem por nós desatar o que já não tem mais jeito.
(..)

Deixa a pressa lá fora, traz café e abrigo. E vem. Vem que somos um do outro enquanto quisermos ser.
E eu sou tua. Tua casa, na-morada...

Quando vens, pra ficar?

redemoinhos


Se espreguiça que o mundo acabou de acordar. Abre as janelas e vê: borboletas bordam a primavera no céu. Põe tua fantasia e vem ser quem tu és, menino. Nosso amor anda girando nas cirandas da vida e quase sempre me lembro de ti nesses momentos em que o mundo parece deter-se suspenso. Teus olhos são bolinhas de gude. E me confundem. Mas, eu decorei teus passos pra seguir teus caminhos. Tu: que açucarou os meus dias com teus desvarios e me fez tão feliz que eu quis emprestar minha alegria pra você sorrir
(...)

Meu coração é bússola, mas você se perde e não vê.