aqui

Então vem. Traz o mistério dos teus olhos.

Vem ser a urgência das minhas esperas. Vem ser a possibilidade de uma promessa. O sorriso nos intervalos de pausa. A desculpa na ponta da língua. Vem.

Vem ser metade inteira da minha plenitude. Vem ajustar os ponteiros de um coração errante. Vem pontuar o pouco que não me cabe. Deixa eu caber num abraço teu. Descompõe o meu querer. Conjuga a minha solidão.

Vem ser meu par.

Eu, que sempre fui tão ímpar.

por trás dos olhos

Eu, que sempre vivi aos esbarrões absurdos com o destino. Que estou sempre tão sujeita a tantas possibilidades.
Eu, que não sei esperar e quero tudo pra ontem. E tenho tudo. Ordeiramente fora de ordem.

(...)

Talvez, por fidelidade ao passado. Talvez, pela necessidade de amar. Talvez, por tentar sempre de alguma forma fixar o que já me escapou. Continuo aqui. Intacta. Com o frio na barriga, o coração na garganta e a alma inquieta...