nós

Você é abismo. Eu sou imensidão. 
-você: que tem nome do meu poeta preferido-

(...)

Mas o invisível é o que te cega, menino 
E teu riso é saudade. E meu desatino.
Mas teu escudo me ataca. E o tempo é pressa e corre por nós. 

Porque amanhã é muito longe. 

(...) 

Você é abismo. Eu sou imensidão. 
E nós: covardia. 

éter

Vezenquando a gente precisa deixar as coisas se esvaírem. Porque, às vezes, as coisas precisam se esgotar. Como se tivéssemos que renunciar à nossa própria felicidade pra podermos ser um pouquinho mais... felizes, entende? 
Porque a gente se finda em si mesmo. 
E esse imediatismo sempre estará presente entre nós. 
Nós, que sempre fomos tão subservientes ao tempo. 
Não é? 

(...)

Mas eu não sei como "levar isso adiante". Às vezes, é como se eu estivesse atrasada o tempo todo, entende? E sempre parece tarde demais. 
Por isso continuo reticente. O silêncio pontua o que eu deveria dizer e eu continuo calada...

É que a gente não conta o que as reticências escondem...