gata-borralheira

Eu sempre fui meio nômade. Ou talvez, pra ser mais sincera, eu sempre vivi a esmo demais pra me amarrar a alguma coisa que pudesse por em risco a minha independência. No começo, era só mais uma forma de correr contra o tempo, mas aos poucos a corrida acabou se transformando numa fuga e a fuga no meu próprio cárcere. O fato é que nunca tive muito medo de abandonar tudo e ter que ir embora; e gradativamente isso fez com que eu me tornasse escrava da minha própria liberdade. Porque o meu destino é o acaso, o meu impulso é a raiva e os meus sonhos viram poeira antes mesmo que eu consiga transcrevê-los. Não sei ser discreta, simpática, muito menos espontânea e o melhor conselho que alguém pode me dar é um abraço. Às vezes confundo confiança com dependência e costumava ver o amor como uma espécie de cabo-de-guerra onde eu devia fazer por merecer até a lama... É que pra ser mais exata, a minha estabilidade é a corda bamba e o meu limite é justamente esse, as reticências (..)

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