além-mundo

Deixei-me arrastar pelo tempo simplesmente por não poder mais resistir à eternidade que vive a roubar minha finitude. Eu tenho pressa e corro com a imprudência de quem carrega o desespero nos olhos. Deixo palavras pela metade e prefiro continuar calada, fazendo companhia pro meu silêncio. É só que talvez, em algum momento, eu precisei extravasar algum tipo de limite pra conseguir criar as minhas próprias fronteiras, entende? Então eu devoro o cetro só pra não arranhar a minha suscetibilidade. Porque eu não quero mais ter que ir embora toda vez que o meu coração sucumbir. Porque mesmo que isso signifique nunca mais ter os pés no chão outra vez, é a conseqüência mais óbvia pra deixar as coisas todas no lugar.

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