des-espero

Talvez seja tarde para justificativas, embora eu continue sempre parecendo precipitada naquilo que faço. Ou talvez tudo já tenha sido realmente dito ou feito e agora estamos mesmo fadados ao silêncio. Porque as certezas que me chegam, ainda ecoam como uma tristeza. E eu me pego aqui repetindo erros antigos, desgastando as mesmas palavras com desculpas mal formuladas; Equilibrando tudo nos ponteiros do relógio para que o tempo não abrevie os meus devaneios. Entende? É que eu sempre fui dessas egoístas que não sabe dividir o próprio espaço e me vi meio invadida desde que você chegou fantasiado de sutileza, vestido com seus charmes e olhares e perfumes. E possibilidades. E eu só queria te dizer como é ver o mundo refletido nos teus olhos. Só queria que o meu silêncio pudesse dizer tudo o que eu sinto quando você me abraça. Porque nós sempre fomos um casal homogêneo. Apesar dos desencontros, dos desalinhos, das palavras tortas. Nós fomos determinados pela sorte, menino. Você é aquele que perdoa a minha imperfeição nessa desordem que é o mundo. Eu me entreguei a você e nunca me senti tão minha sendo tão sua. E é por isso que você não merece ser uma lembrança triste.

Desfaz esse engano destino...


Nenhum comentário:

Postar um comentário