Insolvente

E com o tempo as desnecessidades vão ficando à mostra, desnudando os meus anteparos que de tão transparentes transcendem e se transformam, interrompendo a cena em ritmo de teimosia. E o motivo é sempre o mesmo, eu sempre termino me aliando contra tudo o que eu mais abomino. E é por tanto pensar que eu acabo agindo por impulso, renegando dissabores que de tão (o)usados já não possuem valor algum. E falta tempo, espaço e verdade para querer, para retroceder e ir contra tudo o que eu não quero esquecer e a gente acaba transformando em desculpa, em força dissimulada. E é ponto pra nós. Mais uma vez. É só que hoje, talvez eu já não saiba mais como parar, se eu realmente conseguiria tampar os ouvidos e escutar o coração se restaurando. Porque de uma forma ou de outra acaba sendo a mesma coisa e depois só sobra isso. Desperdício e lixo. Vazio. Silêncio. É muito produto pra pouca adjacência, manutenção sem conseqüência. Ou talvez seja o contrário. Eu nunca sei quando é real. Quando o procedente é válido mesmo ou pura estratégia de marketing. E estabilidade é isso, controle remoto da estagnação. Contumácia que pede reciclagem constante pra desviar. E eu gosto disso. Do novo. Do imprevisto. Do susto que espera pela batida, pela intimidade quente. Mas não se preocupe, meu insucesso é somente para consumo doméstico. E quer saber? Não me leve a sério, eu nem resisto mesmo...

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