sábado

Perdi a conta de quantas vezes tentei começar isso e mais alguns outros rabiscos agora à noite. Talvez um pouco de sono e essa música de letra repetitiva não ajudem muito. Ou talvez seja só eu mesma em sintonia errada com as palavras e todo o mais. Mais que ainda acaba sendo pouco perto de todo o resto que ainda está por vir. E tudo na mesma. E nem por isso ainda iguais. São dias não-ditos, de palavras repetidas e horizontes mesquinhos. Esmalte descascado, livros lidos pela metade e aquela sensação azeda e desoladora de desistência, do se entregar pelo jeito errado (...) E os cinco minutinhos a mais de manhã vão se estendendo, assim como os meus limites que já são quase elásticos. E coisas que deveriam ser importantes vão ficando à margem dos problemas. E esse acúmulo que invariavelmente a gente cria, acaba sendo também a aceitação da não-mudança. E eu aqui, debruçada num “amanhã eu conserto” que nunca chega, nunca passa. Esquecida atrás dos fones de ouvido com aquela cara-de-pau de adulto velho que fura fila em parque de diversão. Vivendo um rascunho de uma realidade que eu própria inventei. Como uma intrusa, na minha própria vida.

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